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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

389 - TAXISTAS, UBER, GORILAS E POLÍTICOS ...



 Antes de me pronunciar sobre o aceso conflito que vem opondo taxistas e servidores da Uber no nosso modesto país gostaria de, numa breve panorâmica, dar-vos uma ideia da dimensão do problema. Nada melhor que compararmos a grandeza das forças em presença, de um lado os taxistas ou os táxis, que em todo o Portugal, do Minho ao Algarve são todavia em número muito inferior aos que circulam por exemplo na cidade espanhola de Barcelona.

A acrescentar a este pequeno mas não despiciendo esclarecimento deixem-me dizer-vos que na GB um taxista tenderá mais a ser equiparado com um cocheiro da rainha, tais os graus de exigência que em vários planos tem que satisfazer. Um taxista de sua majestade, por exemplo em Londres, submete-se a vários anos de provas e exames que atestem as suas capacidades, não há “Novas Oportunidades” nem facilidades quejandas, não perde mas gasta três ou quatro anos com toda essa preparação e, no fim, terá superado em muito o que entre nós actualmente se exige para a grande maioria de licenciaturas, mestrados e doutoramentos.

Quanto à Uber, sabe-se que nos três primeiros anos de investimento / lançamento do serviço, a nível mundial pois preferencialmente aposta nas grandes cidades do mundo (confesso-me admirado por se terem incomodado connosco) acumulou uns milhares de milhões de dólares de prejuízo espectável, esperado, há que semear para colher, ora só semeia nestes termos ou nesta grandeza quem o tenha, o pilim, o picão, o caroço, a narda, o carcanhol, já viram portanto que isto envolve gente de grana, gente importante, gente da estranja… e quando os lucros do investimento começarem a pingar pingarão aos milhares de milhões e serão mais umas divisas que sairão deste depauperado país onde todos ganham dinheirão menos nós…

Desta vez não se trata de um negócio do Tony da Alameda, que quando as pensões que tinha no Beato deixaram de ser procuradas pelas putas se mudou para a Almirante Reis, tendo mais tarde aproveitado os favores de um tal Robalo ou Vara, inspector de finanças, a quem deixava de vez em quando comer as meninas à bórliu. Diz quem sabe ter sido precisamente quando este Robalo ou Vara foi, em paga de outros favores, elevado a administrador bancário que ele Tony aproveitou a oferta, tendo acontecido que ele, Tony Dos Santos de seu nome e nada tendo de seu nem tão pouco onde cair morto, sacou ao banco uns milhões com que comprou três ou quatro dezenas de táxis que meteu a correr em Lisboa, com tanto êxito que se cagou nas meninas (só lhe traziam xulos, trabalho e conflitos com a autoridade) e, dizem as más-línguas, foi dos poucos que pagou ao banco o que de lá tinha sacado, embora todos saibamos serem os boatos rasteiros e que o melhor será nem lhes darmos ouvidos.

Portanto a luta que se trava é duma dimensão aparentemente inócua mas não tanto, e terá que nos obrigar a fazer escolhas, logo nós que tanto gostamos do recato e que ninguém nos chateie a vidinha, porém desta vez o caso é sério… O progresso tem, paulatinamente, acabado com os homens que aviavam gasolina nas bombas, com os portageiros nas portagens, e ultimamente até os direitos adquiridos dos estivadores têm sido colocados em causa e os respectivos sindicatos incapazes de susterem a sua queda. Muitos destes labregos e grunhos que perderam a vez, ou a oportunidade nas bombas de gasolina, na estiva e nas portagens têm sido cooptados pelo poder local, de longe o maior empregador em Portugal mas, como todos sabemos sem cheta para mandar cantar um cego, sem cheta e sem esperança já que ninguém compra o que têm para vender e qualquer dia levarão o mesmo caminho que algumas juntas de freguesia já levaram, aliás bem poucas, a extinção ou a fusão.

Mas enquanto tal milagre se não dá e já que as câmaras estão agora impedidas por lei de dar trabalho a indigentes, e até a arquitectos e engenheiros, há que dar trabalho a estes gorilas, ora nada melhor que reciclá-los em taxistas, afinal são gente grunha, sem quaisquer pergaminhos ou competências como agora se diz, rudes demais para acções de formação, mas voluntariosos, com bons bíceps, um ou outro piercing e algumas tatuagens que com um pouco de boa vontade poderemos considerar lindas. Não falam línguas mas são rijos para o pé na tábua e são eles quem sabe a sina, o karma, o astral, os caminhos e os destinos de quem os procurar.   

Ora como bons patriotas que somos, e se não os queremos ver aos milhares no desemprego comendo avidamente os impostos que pagamos, o melhor será mantê-los ao volante, já que nada é nosso e em nenhum sítio os poderemos “pendurar”… Quando a PT era nossa, ou a REN, ou a EDP, ou a TAP e a ANA e os aeroportos, ou a Banca, quando ainda eram nossas essas e tantas outras empresas, seria fácil metê-los lá, não fariam nada mas não andariam por aí alardeando preguiça, mostrando os músculos, dando maus exemplos e causando desacatos…

Mas agora que nada é nosso onde os meter ? Quem quer andar com eles ao colo ?  É realmente um problema do arco-da-velha, os portugueses que pensem bem antes de apostarem num qualquer QASHQAI da Nissan, ou num qualquer menino do marketing ou antigo delegado de propaganda médica agora desempregado e que se mete ao serviço da Uber para tentar pagar a letra do carro no fim do mês e, ou, vergonha das vergonhas, evitar que o stand lho venham buscar a casa.

Pensai meus amigos e meus compatriotas pensai…

E agora ide e levai trocos..