terça-feira, 15 de abril de 2014

187 - O MEU VIZINHO DO 56 ..............



O meu vizinho do 56 criou um "Grupo Para a Revolução" ....    

Começou por deixar de parte todos que tivessem gatos,
E de seguida também quantos tinham cão,
Mais tarde até os amantes das rosas,
E os que desfolhavam malmequeres.

Não tardou e colocou de lado quantos tivessem jardim...

Bem...

Primeiro começou a falar consigo mesmo ...

Depois comprou um papagaio .


Acho que vai avançar sózinho com a revolução ...

:/
...

segunda-feira, 14 de abril de 2014

186 - QUEM VÊ CARAS NÃO VÊ CORAÇÕES :) ESTAR EM REDE :) :) :)


                               W.W.W. ESTAR EM REDE / ESTAR NA REDE :)

Estar em rede exige estofo
e alguma bonomia
ainda mais complacência
ah ! e doses fartas de inteligência
e tolerância J J ;) ;) ))))))))))))))))

Requer que se conheça a ironia
se tenha uma prática assertiva do humor
capacidade para disfarçar o sorriso se esforçado
e para o humor negro estar bem blindado
enfim, uma postura educada e aberta

Uma atitude que concite igualdade
porque aqui não há alunos nem mestres
nem os outros são subalternos ou acólitos
rede é mesa de café, mosaico de damas
tabuleiro de xadrez, pano de bilhar
lençol de dossel… crê …..

Bota aqui a tua sensualidade
pois na montra está a tua sexualidade
e não alçardes nem disfarces
isto não é audiência, nem baliza ou barreira
mostra-te, avança devagar e sem tropeções
seguro, segura-te, segura-os…

E não olvides, antes que critiques, assume-te
nem saltes nas costas de ninguém, não derrubes
não trapaces não burles, cultiva a coerência e a verdade
não cobices nem exijas mais que a tua parte

A w.w.w. é dúbia, dupla, poli, multi, super, hiper
tal qual um cubo o pode ser, tridimensional
ou espelho curvo, concavo, convexo, numa feira
entra por aqui e faz amigos não bloqueios
escava aberturas, mas jamais enleios
ah ! e disfarça em ti essa misantropia  fingida !


e agora sim, sê bem vindo J ou Benvinda ;) 

...

quarta-feira, 9 de abril de 2014

185 - VIVA A PRIMAVERA* por Maria Luísa Baião...

                                   

Adoro as roseiras bravas, aquelas centenas de pequenas rosas que lamento não poder trazer para a minha varanda, como se desse modo pudesse carregar todo o Alentejo para casa, cobrir com essas rosas as sacadas da cidade, desenhando com elas céus multicores, dando forma ao mundo, retocando odores, como se estivesse na minha mão escolher matizes, fazer-nos felizes.

Certamente que Vivaldi, quando escreveu “ As Quatro Estações” começou pela “Primavera”, e muito provavelmente essa famosa composição que o imortalizaria, teria sido escrita na Primavera do longínquo ano de 1726.

A verdade é que, quase trezentos anos depois, essa partitura continua a ter em mim, (em nós ?), uma capacidade sedutora para me apaziguar a alma, me conciliar com o mundo, me tornar sensível ao que me rodeia e me dar alento para tentar arrastar tantos de vós numa onda de partilha e comunhão de que os tempos modernos parecem querer afastar-nos, como se um enorme turbilhão nos arrastasse inexorável e teimosamente para um individualismo egoísta.

Foi ao ouvir o “Allegro” desse Concerto Primaveril, enquanto o carro deslizava rumo á cidade sadina no passado fim-de-semana que cogitei esta crónica que hoje vos ofereço.

Realmente, se seguirmos o exemplo de Vivaldi ( 1678-1741), cuja vida, prolífica digamos (criou em 63 anos de vida mais de 470 concertos) não lhe deu com certeza tempo para perder em minudências, concluiremos que o tempo é precioso e não devemos desperdiçá-lo, sob pena de estarmos a cometer um atentado contra nós e contra todo mundo.

Sendo o tempo, a vida, o bem mais precioso que temos, é uma dor de alma como alguns de nós o não aproveitamos em atitudes positivas, nem que seja, como é o caso, ouvindo boa música e pensando no nosso devir colectivo.

Reparo agora como o Alentejo é lindo nesta época do ano, os campos verdes, flores das mais variadas cores compondo um quadro irrepetível, aqui e ali pintado de exuberância, mais acolá semeado de papoilas e malmequeres, além mais ao longe um espelho de água reflectindo o porte altivo de uns sobreiros, nossa imagem de marca, assinatura do Mestre de cuja paleta saíram as maravilhosas cores e aromas que nos envolvem num abraço quente, prenúncio de um Verão que ainda tarda.

Queira esse mesmo Mestre que o desenvolvimento que tantos desejamos para o Alentejo lhe não roube a beleza, que venha a processar-se de forma harmoniosa, tão harmoniosa quanto o equilíbrio que Vivaldi tão bem soube imprimir ás suas composições.

Como essa mão invisível que miraculosamente suspende no nada a esfera celeste, também o desenvolvimento da nossa terra terá que ser, como magia, sustentado, articulado e definido partindo da riqueza que já temos, truísmo messiânico ao qual só em momentos de rara sensibilidade damos o devido valor.

Mas claro que essa ciclópica tarefa é obrigação de todos nós, vou fazendo a parte que me cabe, mas todos não somos demais para avalizar um futuro colectivo, trilhar caminhos que nos levem ao devir, à mudança, à oportunidade de desenhar com mil flores um arco-íris sobre esta nossa terra, fazer uma festa e com o sorriso de todos pintar um painel, um mural, fixar o momento, recomeçar a história, virar a página, assistir ao início de nova dinastia.

Um painel de azulejos e de aguarelas, cores garridas, um mural incandescente, um crescendo de alegria, girassóis rodopiando, festa com fanfarras, grinaldas de fogo de artificio, gentes ébrias de libertação, dançando a valsas, bandeiras flutuando, e bem no alto, uma estrela cadente simbolizando uma época vil e apagada, pantomina deitada por terra, despeitada.

À beira do Sado, degustei um branco de Palmela, deliciei-me com um sargo grelhado, que isto do Alentejo não são só odores, são sabores, e que sabores !


O meu companheiro, intrigada inicialmente com o meu silêncio, e posteriormente com o meu excessivo palavreado, só compreendeu este verdadeiro estado de alma quando lhe segredei ao ouvido que era melhor ser ele a trazer o carro, não fosse o ticket da portagem codilhar-me, com isso ou com qualquer brincalhão que viesse a fazer-me soprar no balão…

Imagem : Monte Alentejano com Papoilas 2006 - Oleo sobre tela de linho - Salvacao Barreto.jpg

* Nota : Texto já publicado no DS nos fim dos anos 90 / principio do novo século J

terça-feira, 8 de abril de 2014

184 - TINHA SIDO HOMEM HONESTO * por Maria Luísa Baião...


Todos estranharam. Tão novo, nem sequer fumava. Porém não amava as coisas como dantes. Em vez disso já só a imagem delas o bastava. Há muito que se quedara. Talvez “quebrara” seja o termo exacto.

Concluíra que não tinha amigos, ou antes, não acreditava ter amigos. Não cria mesmo na amizade.

– “Tudo falsidades” , dizia.

Encarar a mulher e os filhos há muito se lhe igualara a pesado fardo. Estava vencido. Assim se sentia, assim entendia que o viam. Quisera mesmo morrer e não achara como, nem como nem coragem para o fazer.

Mais um sinal que eu notara na lista das suas intuídas imensas fraquezas, debilidades. Incapacidades que agora se perfilavam umas atrás das outras preenchendo-lhe de pesadelos o pensamento e o viver, cada vez mais insuportável para ele.

Fechava-se portas dentro, não tolerava ninguém. Saía à rua numa necessidade interior de estar com os outros, cuja presença não aguentava, volvendo a casa e aos seus pensamentos inconfessáveis de inutilidade, os mesmos que o não deixavam dormir, nem estar acordado.

A dignidade em cacos.

Confessara-me há alguns anos que, quando casara, se desfizera por tuta-e-meia de uma courela deixada em herança pelos pais e rumara à cidade.

- A pior estupidez da sua vida, dissera-me.

Por vaidade abandonara o campo e uma tão desvirtuada, creio que empregara a expressão desvalorizada vida rural e a pobreza a ela associada, esperançando a cidade.

- Uma parvoíce, admitia agora.

– “Ao menos não estaríamos neste estado. Umas couves, umas hortaliças, umas galinhas e uns coelhos, ou mesmo uns porquitos e uns borreguitos. Pelo menos não morreríamos à fome”.

Sempre tinha sido homem honesto. Agora achava ter sido essa a causa da sua perdição. Dei-lhe o desconto, o período que atravessava não o deixava ver claro. Até o 25 de Abril abjurava. Não podia estar no seu perfeito juízo. Assim pensei nessa altura.

Era trabalhador. Fora coveiro num cemitério, lavador de carros numa estação de serviço, distribuidor de gás, bombeiro, pintor de casas nas horas livres para compor os fins de meses.

Nos últimos dos seus bons anos servira numa grande serralharia que houve em Évora.

Depois disso chamaram-lhe velho, e à medida que o subsídio de desemprego minguava, até desaparecer, foi-se chamando a si mesmo de inútil, incapaz, traste.

Poucos mais anos teria que cinquenta, mas a barba, sempre por fazer, denunciando os cuidados ou a paciência que já não tinha para consigo, faziam-no mais velho aos olhos de todos. Chamaram-lhe velho, e daí até se assumir como tal foi um passo.

Conheci-o quando das primeiras desavenças que irromperam em sua casa. Casa onde não há pão…

Sei que muitas vezes não comia, e sempre acreditei de mim para mim que fosse por não ter fome. Uma ou outra vez dei-lhe biscates a fazer, a sofreguidão com que os almoços e lanches desapareciam da sua frente denunciavam-no.

Procurei ajudá-lo a solucionar o problema e muitas promessas ouvi. Ainda hoje por cumprir. Agora já não vale a pena.

Incapaz de encarar os filhos, ou estes de o encararem a ele, trocavam-se uns aos outros as horas de encontro, ao almoço, ao jantar.

A mulher sempre em pranto, a vida em desencanto, os filhos exigindo, o pecúlio não bastando, o drama evoluindo.

Maria Genoveva, a mulher, trabalhara de doméstica desde que se lembrava numa casa de família classe média. Classe média que foi encolhendo, encolhendo, e quando ficou abaixo da mediania descobriu que não podia dar-se ao luxo de ter uma Maria.

A pobreza tem sempre as suas fundações, mesmo sem razões. Assim se acabaram as sopas da patroa, como há muito se haviam acabado as sopas nos quartéis. Nunca mais os filhos teriam de engolir o orgulho ao vestir as roupas sobradas aos meninos.

A vida de Manuel recuando. Não era homem de beber ou de outros vícios. Talvez melhor se os tivesse, ao menos poderia descarregar as frustrações. Amuava, interiorizava, teorizava, e não compreendia. Os filhos a ficarem homens. Sem uma profissão, um emprego, uma esperança de trabalho.

Ao menos um futuro, Manuel não pedia mais.

– “Ao menos não estaríamos neste estado. Pelo menos não morreríamos à fome, umas galinhas, uns coelhos. Talvez tivesse dado um bom agricultor ”.

Desenraizado, Manuel sufocava sob o peso das arbitrariedades da vida. Não tinha escolha, aliás nunca tivera.

Por mero acaso escanhoara-se naquele dia. Quem sabe se um pressentimento de que os seus sofrimentos teriam finalmente fim.

Os médicos estranharam. Todos eles estranharam. Tão novo, nem sequer fumava. Manuel morreu no passado dia 21, dia em que começaria a sua quinquagésima quarta primavera.

Foi encontrado fulminado por um enfarte junto às ruínas da antiga serralharia onde tivera sido feliz durante tantos anos.

Ninguém sabe explicar o que por ali andaria fazendo, tão longe de casa, tão longe de todos, tão longe de tudo.

Paz à sua alma.


* Publicado por Maria Luísa Baião in Diário do Sul, Kota De Mulher, Évora, em finais de 2003 ou princípios de 2004.


terça-feira, 1 de abril de 2014

183 - AFICIÓN / FRICCION ………...……

Pintura de Lucia Parra

O clamor da horda ululante que em décadas precedeu as claques do futebol fazia tremer as fundações do velho baluarte que é Monsaraz, e por momentos chegava a parecer-me que as próprias pedras, e até as ameias, se sacudiam numa dança frenética, tal e qual anos mais tarde veria num documentário sobre os núcleos atómicos, em que o colorido da mole humana que assim se agitava fazia lembrar os neutrões, electrões, positrões e tutti quanti dançam em redor.

Nessa noite nem conseguira dormir. Muito antes do encher da praça já a mui antiga e medieval vila de Monsaraz vivia num transe excitante. A orquestra da artística animava a festa e a cada pasodoble uma enchente de coragem inundava a arena numa maré-cheia, cujo refluxo se sincronizava com a entrada de quaisquer touros escassos momentos depois de iniciada  a corrida.

Maré e refluxo comandavam a multidão que, ora sentada ora em pé, aplaudia ou vaiava os pouco confiantes mas intrépidos aventureiros que contra as feras acometiam. Eu ria gritava chorava emocionado ou calava-me assustado e apesar das cenas bem na minha frente desenhadas, gelados, pirolitos, rebuçados, chupa chupas e pevides eram, no calor então vivido, e apesar da preferência, muitas vezes por mim esquecidos.

O estalar dos foguetes, a orquestra e a festa, a tudo se sobrepunham num êxtase sacralizado que ungia a populaça enraivecida num ritual anual. Julgávamos desse modo expurgar de nós os demónios de um ano inteiro, senão de uma vida, sublimando velhas e incompreensíveis pulsões que cada um arrastava, mas que se chamado negaria do primeiro ao último cantar do mesmo galo que em julgamento expôs S. Pedro. 

 Assim me fazia eu homem, descarregando, sátiro, a raiva das minhas impossibilidades vendo os outros, que um dia eu seria, submetendo-se às mais infames vilanias e, um após outro, os animais corridos numa inenarrável litania que os clamores de trombones trombetas e clarins açulavam para edificação do bicho homem, que eu seria quando tomasse o lugar dos que agora davam corpo ao rito.

No fluxo e refluxo desse desejo e devir me inscrevia eu, aplaudindo cavaleiros e bandarilheiros, mas igualmente exaltando-me a cada investida das feras sempre na esperança do supremo sacrifício, da besta ou do homem, era-me indiferente, conquanto me saciasse os instintos que descobria em mim com mais surpresa que agrado, que sentia estarem algures e escondidos, mas serem meus, tanto mais que nas brincas com outros rapazes, e em especial com as primas, era eu quem punha e dispunha, era já eu treinando e tomando o lugar do macho, do homem, do ser implacável que cada um de nós alimenta com maior ou menor fervor e resultado, ou proveito.

Sentado na fiada de lugares à minha frente não raro o Julinho aguentava-me os pontapés e os murros, que desferidos nos momentos de maior fricion e aficion eu distribuía, profícuo, e na razão directa da velocidade a que no meu intimo sentia capacitar-me para as mais esdrúxulas e coloridas tarefas, por mais hediondas que fossem as cores de que pudessem travestir-se.

Não muito mais tarde haveria de experimentar-me e medir-me, apanhando cobras na ribeira e afogando sem complacência ninhadas de gatinhos acabados de nascer. Ou, desafiando incompreensões que só os anos esclareceram, pegando a Rosário pelos cabelos, ou torcendo-lhe um braço até que ante mim ajoelhasse e rezasse, se submetesse ao castigo, para somente quando a visse chorar ou engasgar-se e babar-se lhe conceder a complacência do meu perdão, o favor da minha amizade, a honra da minha atenção.

Um homem não nasce feito, constrói-se, constroem-no, construo-me, construí-me, defenderei : i’m a self made man !

De um modo um tanto ou quanto desregrado se iam inculcando em mim as regras, latinas, ibéricas, marialvas, machistas, preponderantes na zona raiana onde nasci, uso moda e fuso de afirmação do ser que em mim se construía, colonizado não pela razão, antes pela emoção e soberba numa mistura aleatória, perigosa, e simultaneamente explosiva.

Desta maneira enviesada eu matava o homem bom ou o bom selvagem inato em mim, não sem sofrimento, não sem conhecimento, daí o estremecer cada vez que na arena o lidador dava a estocada final iludida na muleta e enterrava até ao punho a espada, ou os capas as bandarilhas e os cavaleiros os ferros.

O delírio final vivia-o eu a dois passos de mim, ali na beira da arena, ante os meus olhos, o martírio do touro, enredado nas cordas e incapaz de fugir ao destino, totalmente imobilizado e sacrificado ao espigão cravado na nuca, entre os chifres, o sangue espirrando, jorrando, e a cada urro um estremeção meu, o homem bom tentando erguer-se, a minha soberba abafando-o, um sorriso esforçado, um esgar, uma náusea, um vómito, mas venci, recompus-me e abalei correndo à travessa do matadouro ver esquartejar a fera e confesso-vos, da última vez que o fiz estremeci, delirei, vibrei, um orgasmo tomou-me, e foi mesmo a última vez, nunca mais me permiti ver a morte do touro na arena porque às primeiras mulheres que fiz minhas as tomei como um matador numa praça e depois da estocada dada, do ferro cravado, tomei consciência do perigo em mim e retirei-me em recolhimento, confuso, perdendo-me em olhares sem fim, na família, na mamã, numa pulsão indómita de matar o pai por honra e amor da mãezinha.

Foi-me turbulenta a eclosão da barba e da adolescência, prenhe de dúvidas, parca de certezas. Curou-me a légua a que distava dali a ribeira da Guadiana, a caça com armadilhas, os ninhos, o cansaço do percurso tantas vezes palmilhado, mas também os novos horizontes, a oração, o seminário, o padre Geraldes, que tão bem soube guiar-me na manifesta falta de vocação em que soçobrei.

Assim aprendi a esperar que a razão se sobrepusesse à emoção, fui um feixe de músculos ao qual dessem tempo após distender-se para cair no real, na verdade, na razão que deveria guiar a humanidade.

Fiz-me a mim mesmo, a escopro e martelo, com dor. 

Não teria sido conforme relatei caso não tivesses nascido ali, frente à igreja de Nossa senhora da Lagoa,* naquela linda casa branca de esquina…

Foto da casa onde nasci,* no largo da vila de Monsaraz, da autoria de António Caeiro, clike se desejar ampliar. 



* ver esta http://mentcapto.blogspot.pt/2014/03/179-nossa-senhora-da-lagoa.html


Pintura de Sónia Barreto - Évora 2017